Há dez anos o empresário do Rio Grande do Sul, Fernando Stein, 40 anos, é o único a representar a Estapar, a maior rede de estacionamentos do país. Em 2009, ele se viu em uma situação difícil. Não era do interesse do banco BTG Pactual, que havia comprado metade do capital da Estapar, para manter a empresa em vários estados.
Para Stein, havia duas possibilidades: vender pontos para novos acionistas ou não usar mais o nome da empresa. Stein desmobilizou a empresa que mantinha em 13 pontos de Santa Catarina e conservou sua rede de 45 estacionamentos no mercado gaúcho, que batizou de Moving.
Com a nova bandeira, os estacionamentos de Stein no Rio Grande do Sul renderam 41,7 milhões de reais no ano passado - mais que o dobro de 2009, quando a marca era a Estapar. A trajetória em movimento mostra que a expansão nem sempre depende de uma marca importante, como muitos empresários acreditam. Stein também tinha essa crença.
"Eu estava com muito medo no começo", diz ele. "Mas isso me forçou a ter mais iniciativa como empresário." Parte do crescimento veio das novas unidades no ano passado, a rede teve 24,4 mil vagas, quase o dobro de 2009. Essa expansão poderia ter sido uma ameaça à lucratividade se não estivesse em sintonia com uma estratégia que superaria o grande desafio de uma rede de estacionamento - garanta uma movimentação mínima, que cubra pelo menos os custos fixos. "Eu precisava de prescrições previsíveis para mitigar os riscos", diz Stein. Por isso, procurou conquistar novos clientes em locais com movimento garantido, como hospitais, universidades e shopping centers. Nessa busca, ele teve uma ideia: oferecer serviços adicionais gratuitos que não pesavam muito nas finanças da Moving, mas que eram valorizados pelos clientes.
No estacionamento que recebe alunos da PUC em Porto Alegre, por exemplo, a Moving concede acesso sem fio à internet. Estudantes que estacionam na Moving podem conectar notebooks e telefones celulares diretamente do carro. Outro cliente favorito foi o Paseo, um shopping de 40 lojas ao ar livre no sul de Porto Alegre, que tem um teto de planta e tem um teto de planta que reutiliza a água da chuva nos banheiros e jardins. Nesse caso, a Moving começou a fornecer um serviço de empréstimo de bicicleta para os visitantes do shopping, que os usaram para passear pelas ruas arborizadas ao redor. "Foi uma ideia que combinava perfeitamente com o nosso projeto", diz Bianca Medeiros, executiva de marketing do Paseo. "As bicicletas ajudaram a reforçar nossa proposta verde." Para enfrentar a concorrência, até por causa do próprio Estapar, Steins vem investindo em treinamento.
A cada seis semanas, os 78 estacionamentos da Moving recebem um Kombi equipado com uma TV que transmite cursos sobre como atender bem os clientes e aumentar a produtividade dos valets e operadores de caixa. "Dependendo do desempenho neste e em outros treinamentos, um manobrista pode ser promovido a um gerente de equipe ou garagem", diz Stein. "O salário pode dobrar em seis meses."
Pratique, pratique, pratique para melhorar a cada dia. Há algo em que Stein realmente acredita, seja paraquedismo ou parapente - um passatempo pelo qual ele é apaixonado - ou no trabalho. "A experiência vem com muita dedicação no dia a dia", diz ele. Antes de ter seu próprio negócio, Stein trabalhou por alguns anos na Estapar de São Paulo como gerente de automação e sistemas. Sua contratação aconteceu depois que ele desenvolveu uma espécie de máquina de lavar carros, retirada do estacionamento para estacionar a rede.
"Eu tinha apenas 22 anos e queria começar, mas não sabia nada sobre o setor", diz Stein, que acabou sendo escolhido para representar a marca no Rio Grande do Sul. "Foi na Estapar que ganhei muita experiência que tenho hoje".
Fonte: https://exame.abril.com.br/pme/troca-de-identidade/
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