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Inovação, novos mercados e promoção são as saídas para os estacionamentos



Para reverter os efeitos da crise, que diminuiu drasticamente a demanda por vagas nos estacionamentos, empresas do setor têm apostado suas cartas principalmente em três estratégias: forte investimento em automação, mudança no perfil de expansão - fugindo das regiões comerciais - e redução da tarifa cobrada.


"Hoje em dia, existe mais oferta de vagas do que demanda. Há três anos a situação era inversa", resume o presidente da Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), Sérgio Morad. O executivo complementa que a recessão gerou uma ociosidade no setor que gira em torno de 20% a 25%. "Em alguns segmentos, como novos edifícios comerciais, a ociosidade é ainda maior".


A operadora de estacionamentos Indigo, segunda maior do Brasil com 170

empreendimentos, sentiu uma redução no fluxo de consumidores justamente nas operações de prédios comerciais e garagens, cujo movimento caiu em cerca de 5%. "Desde que notamos a desaceleração do mercado imobiliário, temos essa diretriz de não focar nos prédios comerciais, e buscar expandir em hospitais e universidades, segmentos mais resilientes", diz o presidente da companhia, Fernando Stein. Ao contrário dos empreendimentos comerciais, o fluxo nesses dois segmentos vem crescendo.


Outro movimento que tem ocorrido no setor é uma migração para regiões mais residenciais. "A oportunidade de mercado existe, e há de fato esse movimento das empresas buscarem bairros mais residenciais, mas nada que possa compensar os efeitos da crise", ressalta Morad.


Automação


Diante desse cenário, para aumentar a eficiência dos negócios e reduzir custos operacionais, a automação tem ganhado ainda mais força dentro do setor, com a instalação em larga escala dos chamados 'totens' de autoatendimento, além de investimentos em sistemas de gestão e controle. De acordo com Morad, da Abrapark, esse movimento já acontece há alguns anos, mas se intensificou bastante com a crise econômica.


Na Indigo, isso já é uma realidade e a empresa tem feito um investimento muito grande nos caixas automáticos e apostado em tecnologias de gestão e controle das áreas dos estacionamentos. O sistema ConectPark, por exemplo, já foi instalado em 120 das 170 unidades da empresa. Segundo Stein, a ferramenta otimiza a gestão dos espaços e gera ganhos consideráveis para as operações, que chegam a apresentam rentabilidade acima da média do mercado.


Em outra frente, e visando atrair mais os consumidores, uma ação que tem sido muito adotada pelas companhias do setor é a redução das tarifas. "Isso é uma necessidade no atual cenário. As empresas precisam fazer isso para brigar por essa demanda que vem diminuindo", afirma Morad.


Apesar da constatação do especialista, a Indigo diz que a redução dos preços não faz parte das estratégias da empresa, e que tem apostado em outras formas de aumentar o fluxo, como a criação de novos serviços e o investimento na plataforma mobile.


Consolidação


O movimento de maior consolidação do setor é outro aspecto que Morad acredita que tenha se fortalecido com a recessão. "Essa consolidação de mercado vem acontecendo bastante, com investimentos mais massivos das grandes empresas do ramo", diz.


Prova disso, as duas maiores operadoras de estacionamentos do País, Estapar e Indigo, têm planos ambiciosos para os próximos anos, com grandes aportes previstos. A primeira, controlada pelo banco BTG Pactual, recebeu recentemente um investimento de R$ 400 milhões do fundo norte-americano Equity Internacional e já possui um montante de mais de mil estacionamentos em operação. Para este ano, a previsão é fechar com receita consolidada de mais de R$ 1 bilhão, mantendo a taxa de crescimento anual de 30%, vista desde 2009.


A segunda, por sua vez, planeja fechar este ano com 200 unidades (30 a mais do que possui atualmente), e, até 2019, a ideia é contar com cerca de 400 operações.


Para isso, a Indigo prevê um investimento de aproximadamente R$ 450 milhões entre 2015 e 2019. "No ano passado investimos R$ 50 milhões. Este ano mais R$ 100 milhões, e pretendemos investir mais R$ 300 milhões nos próximos três anos", diz o presidente da rede.


Em 2015, o faturamento da companhia fechou em R$ 195 milhões - uma alta de cerca de 130%, ante os R$ 85 milhões registrados no ano anterior. Para 2016, a meta é mais que dobrar os ganhos e faturar cerca de R$ 430 milhões.


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